Como seres humanos, fomos programados para nos conectar, como bem discorre Daniel Goleman, no seu livro, sobre Inteligência Social.
Mas faz referência também, a uma inexorável “tecnomudança” que sinaliza o desaparecimento lento e gradual das oportunidades de conexão entre as pessoas. E se refere ao tema, como uma inexorável, e também, traiçoeira mudança.
Tomo por base esse enunciado para discorrer sobre as reais dificuldades da atualidade quanto ao tratamento e quanto ao engajamento com pessoas e com equipes. Se a ciência, por sua vez, revela a importância dos relacionamentos construtivos, em contrapartida, as conexões humanas parecem cada vez mais sitiadas e tendendo abruptamente ao isolamento. O que acelerou ainda mais o sitiar, o isolar com o “fique em casa” do momento em curso, precipitando a “tecnomudança”.
Lembro-me quando de menina, em que a família se reunia à noite, não só a minha, mas como uma prática habitual da grande parte da humanidade. Porém hoje, tanto crianças, quanto pais, quanto casais e jovens encontram cada vez mais dificuldade de desfrutar, de compartilhar momentos juntos. Isso reflete a perda da conexão humana – família, empresa, sociedade…
Cria uma dificuldade do contato social, do engajamento de ou com equipes, reforçando o não mais reunir, o não olhar olho no olho, enfim, um distanciamento. Soa como existisse, uma cápsula de individualização, que intensifica o isolamento social. O ignorar o outro, o olhar através, como invisível fosse.
Percebe-se então, um desafio a mais para as organizações, para as escolas e para a sociedade em si, quanto ao trabalho em, ou com equipes, sobre as formas de treinamento e de comunicação entre os pares. Também, quanto à atribuição das responsabilidades que são essenciais para disseminar uma cultura, seja de propósitos, de segurança, de procedimentos ou de novos processos.
Neste sentido, o caminhar significa um amadurecer e tornar sustentável uma nova prática aplicável para o engajamento, pois cultura se dissemina através de grupos. Seria a adaptabilidade?! Sim, uma forte e inexorável adaptabilidade.
Se, destacamos a adaptabilidade para esta “tecnomudança”, falamos então na habilidade de antecipar, na habilidade de se preparar para responder as mudanças tão prementes, na habilidade para romper com paradigmas, para enfim, sobreviver e prosperar.
E aí, como está sua adaptabilidade?
Cirlei Donato – CEO da Onexo e da Nutriconsulting